conteúdo impróprio



embate


a verga
que entre as pernas
se ergue
fascinada

a tez
que se gaba
pelo prazer
de todos
o maior
o mais cobiçado

o regalo
no entra e sai
do corpo
num pequeno espaço
úmido encanto
escavado

doído


atenta ao desejo
que se fez evidente

de certo
não recusaria
minha boca úmida quente 
que no pesar da tolice
o suga insistente

visto que
entre as bocas tolas
há um – ai –
demente:

ai, ai, ai

até onde ceder 
entra, mete 
enfia com força
mas não minto
depois de arder

cu-ra

certezas


por todo corpo noite...
arte cega
casta

este corpo
em disparate
galga
todo corpo
num vértice
ilusório
de um pensar.
ruminante

decoro
em que recobra
cada corpo
ponderando
o leito
ao aliar
a vontade
destes 
corpos
vestidos
um do outro

vestígios
nesta insólita
noite de
vigores
e certezas!

Punção


este lábio carnaúba
me devora
como se alimento fosse

carne viva

punção nas veias
aflita por sangrar
a seu deleite
minha essência

e quando vazia
estanque o corte
e cubra o que sobrar



contemplação


vestida de minha mudez
prostrei-me ao seu corpo cálido
nesta  noite ávida de nós

a água corre aquecida
entre nossos corpos  trêmulos e sôfregos
inebriando o luar da noite

...respiramos o prazer revelado

pós coito virginal!

zelo


dedico a pele
toda carícia
toda saliva
ardores e delícias

inda que orgia
seja

dedico a pele
pálpebras a piscar
óleos essenciais ylang ylang
seios ofegantes e rijos

dedico a pele
o arrepio
fluídos
e toda sensação
que possa causar
as curvas e desvios

dedico a ti, esta pele
o desejo que proporciono
...a liberdade de viver cada cio

Banhados pelo luar


entreabertas as pernas, aquece o falo. Paco, teso e rijo... dispara um grunhido. a lua  testemunha a cópula. gravetos ressecados se partem  fazendo uma sinfonia provocadora. pós o regalo Paco desce a face até a vulva esfolada... numa chupada provocadora causando um gozo na moça que treme e geme.

a lua ornou
nossa noite de prazer
iluminada

sua boca
beijou minha úmida
fenda ...quente!

suspirei, gemi...
foi prazer que recebi,
ao sentir você

o luar banhou 
nosso coito fogoso,
parecia sol!


azaleias


nem as azaleias
são tão lindas
que o seio da mulher
em feitiço das provações
crispado

nem as azaleias

ato recíproco...


o ápice do desejo,
chega num movimento
insurrecto de emoções
sem censura, e de total entrega
onde meu corpo fundido ao teu
provoca tua carne faminta
que no tremor
vibra desvairada

você, degusta 
sensações pilhéricas
embevecida.

eu, lambiscando o sal contido na firmeza
dos teus seios, anseio desvairada
...tua impressão digital!

atalaia


desejei o âmago de seu ser
fiquei à espreita,escondida...

sufocado meu corpo
padece, sem saber
como esquecer
alimentado por delírios

ou quem sabe pelo desejo
de numa aventura
me entregar a você


ardor


a pele
colada a minha
em outro instante
tesão
frescor
viço

não aspirava
como couraça
ser nó

frouxa
era
de tudo que
me ata
agora
e a cada instante...

esta pele
colada a minha
reclama
o perdido
de outro instante

tesão
frescor
viço

alívio


um desejo sufocado
não exauri

cresce no pulsar do pensamento,
invadindo e despedaçando o peito

o contentamento do desejo mais secreto
faz arder as veias 

e quando tudo aflora 
a carne vibra de contentamento

e o desejo explode...
um grito contido na alma

a pele reflete o que se vai no pensamento
pede alívio... pede tormento

a cama ardente


a cama bamba
e amarrotada,
cansada de nós

...exalava o cheiro
de nossos corpos
suados

outrora insaciáveis
era nela que
desfrutávamos 
nossa cobiça
um do outro
noite a dentro e 
vida a fora

agora 
ela sente  falta de ar,
de cheiro
e de nós



***


eu 
olhava a rua
e você
amado
olhava a 
lua...

minha pele ardente crua
aqueceu ao toque
tornou-se
cálida
nua


a vulva ingênua 
se oferece
aderente e totalmente
tua



***


a boca
obscena flor

não se farta
ao gosto
que o falo tem

nem tão pouco
a vulva carne lacerada

se escandaliza
pela verga que consome

Abissal


trazia entre coxas
a tez de debochada donzela
que alva, 
(completamente branca)
compreendia
do negro
o
doce
abissal
desejo
que dentro
ardia

aderentes


sonhei nós dois
aderindo
um no outro
entre lençóis
de seda.

era como
uma dança,
nosso amor

fluíamos num único
contexto

-corporais-
em nós nada oscilava
e nossas temperaturas
eram iguais.

evidentes
uma extensão
de tesão,
corpo e pensamento.

éramos asas
sincrônicas.
brilhantes

aderentes ao prazer
irrefutáveis
de nossos corpos
galopantes


rosangela ataíde









Nenhum comentário: